terça-feira, 6 de janeiro de 2015

como o verão quente e praiano da minha primeira viagem a Vitória, quando depois de todas aquelas horas de Sol vinha o fim da tarde: raios, trovões, água.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

aquele que talvez não se tenha desejado enxergar



finalmente compreendo que uma das três vidas que eu vou mostrar é muito, muito, muito mais rara do que eu pensei. e agora a tarefa me é bem mais clara. ainda não sei fazer isso tão bem. vai sair alguma coisa que pode vir a ser bonita.
eu não conseguia saber quem era esse sujeito, e me assustava. pensando que tentava me aproximar, na verdade eu fugia e fugia. e, no entanto, ele é das coisas mais bonitas já imaginadas.
que honra!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

rainha do (meio do) céu [ha ha ha! ai, esse meu ascendente em gêmeos... entenderam o trocadilho no título? ha ha ha! ok, parei]

deixa eu tentar usar minhas próprias palavras, e somente elas.

o midheaven, o meio do céu do mapa natal duma pessoa, é a casa X (das doze), o intervalo mais ao alto daquele círculo que a gente vê com o mapa. é o domínio de capricórnio - embora ele, o serzinho chamado "capricórnio", nem sempre dê muito suas caras em casa (pronto. já fiz novo trocadilho, meio infame, porque capricórnio é o signo, vamos dizer assim, do "deixa eu ir pro trabalho"). no mapa há sempre uma sobreposição entre signos e casas, então é muitíssimo frequente que os donos das casas não estejam em suas casas - como na vida, né? ok, eu sei que a conversa tá cada vez mais maluca. mas, só pra esclarecer o que mais importa nesse papo: o conceito do midheaven passa sobretudo pela idéia de maturidade social e profissional, isso bem sinteticamente falando. e algumas coisas são um certo risco quando se trata de astrologia e sendo eu quem explico. algumas coisas! ah, sim, e absorver astrologia fazendo associação infalível entre o mapa e a pessoa é ainda mais arriscado. mas é isso.

e madonna tem seu midheaven geminiano. gêmeos, regido por mercúrio, é um signo muito forte do intelecto, da comunicação... e do bom humor, inclusive. aaah, chegamos ao ponto!

há um certo tempo eu venho reparando em madonna, essa leonina de sol e virginiana de ascendente e lua (e que vem a ser, pela descrição do seu mapa no astrotheme, virginiana em predominância), uma disposição e transformação do seu trabalho pra algo efetivamente mais bem-humorado, às vezes bastante engraçado. as recentes entrevistas da tia têm me roubado gargalhadas em vários momentos. madonna tem pensado ainda mais rápido e tem sabido usar essa engrenagem cérebro-corpo_e_fala (assim, com - e _) com cada vez mais sucesso. recentemente à revista newsweek ela disse comecem a economizar os centavos. as pessoas gastam 300 dólares em coisas malucas o tempo todo, tipo bolsas. então trabalhe o ano inteiro, junte dinheiro e vá ao meu show. eu valho a pena! e esse delicioso sarcasmo me deixou gargalhando por minutos e mesmo horas depois eu ainda ria só de lembrar. então hoje (na verdade já ontem) finalmente estreou o clipe de "give me all your luvin'", primeiro single do disco "MDNA" a ser lançado em breve, e... não deu outra: um humor de midheaven geminiano, onde, digamos, tudo tem uma pitada (no ponto) de uma suave mas ácida ironia. a letra, por outro lado (ou "mesmo lado", porque madonna nunca deu ponto sem nó), tem versos que, como teorizou (bem teorizado!) alguém num artigo que eu li tempo desses, "situam" as wannabes de madonna... tipo lady gaga, sabe? ;)

all my love pra você, ô madonna!






let's forget about time
and dance our lives away


(madonna)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

ainda fernanda

sendo bem piegas, e tão verdadeiro quanto só a maior das pieguices poderia ser:
feita de amor.

sábado, 20 de agosto de 2011

dois faróis em luz alta

já é madrugada. uma noite chuvosa e meio fria que me lembra que, afinal, é inverno. porque os dias têm sido quentes demais até pro inverno carioca, que, muitas semanas atrás, sentiu frio de uns poucos graus positivos. e neste instante eu me recordo de alguém dizer que nada pode ser mais verdadeiro do que o clichê. e aquela mulher... ah, como parece ter me inquietado definitivamente! lembro também, agora, de quando vi a primeira vez "mulholland drive", de david lynch, e aquilo transformou minha percepção de arte. aquela mulher, ali naquele palco do teatro dulcina, no rio de janeiro, nesta noite... colaborou pra mais uma irrevogável mudança nalguma parte de mim que agora é hemorragia.

os clichês dizem: 'a melhor atriz brasileira'; 'um de nossos grandes orgulhos'; e, o mais clichê dos clichês, 'show de interpretação'. mas eles estão certos, todos certos! só que... já não se trata mais de nome, 'renome' (outro clichê sem vergonha)... eu posso tentar aqui dizer do que se trata. são as escolhas feitas; é a longa história vivida; é a memória. é a energia vital; é o inexplicável. é a alma reluzente que traspassa os dois olhos marejados, enormes, como dois faróis em luz alta, que vi.

no palco, perto do proscênio, apenas uma cadeira. nesta, uma luz incidente e mais duas vindas das laterais. e quando as da platéia se apagam, lá vem ela caminhando de uma das coxias do lado esquerdo. numa passada elegante, austera... mortal. "quando fernanda montenegro se sentou numa cadeira, o acontecimento teatral estava estabelecido. quando quase imóvel começou a falar, não havia dúvida de que o invisível se tornava nítido (...)", escreveu manoela sawitzki da revista bravo. e a partir daí, já não é mais talento, técnica, texto; já nem é mais simone de beauvoir sobre jean-paul sartre. já não é mais sequer o grande amor retratado! é tão somente uma força misteriosa, indizível, naquela calça preta, quase imóvel à cadeira, mas numa camisa branca, pulsante, e num cabelinho curto, preso, em erupção. essa tal força misteriosa, que me arrebatou e desconstruiu. no palco, somente a luz, a cadeira e aquela mulher - iluminada e radiante, que ao fim de 60 minutos de espetáculo me roubou por completo a alma, e, sabe-se lá, irá devolver!

os clichês estão muito certos, é claro. mas eu arrisco e inteiramente me responsabilizo: testemunhei em "viver sem tempos mortos", no palco do recém reaberto teatro dulcina, na noite do dia 20 de agosto de 2011, a vida tão viva aos oitenta anos da maior atriz deste mundo, fernanda montenegro. eu me sinto mais atento, mais vivo. obrigado, fernanda. não vou, e nem poderia, esquecer.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

se meu amor me partisse o coração e eu tivesse que fazer uma música, poderia fazê-la como robyn. e escreveria minha dor em versos cheios de ironia e azedume. e poria na música uma melodia melancólica e uma batida dançante. e se tivesse que vir um clipe, nele eu dançaria. e dançaria, e só dançaria. no fim, exausto e satisfeito, encararia a câmera mais de perto, numa expressão vivaz. como se eu não tivesse passado, nããão..., pelo que passei tão de verdade. tão unicamente - e sempre incomparavelmente. um olhar de quem sentiu dor, mas - e somente por isso! - já esqueceu de expressa-la.


call her! ;)

 

domingo, 8 de maio de 2011

doce mofado

nesse domingo das mães eu descobri, só vários dias depois, que aquela que me fazia as cocadas mais gostosas do mundo de repente se foi. minha madrinha, que eu vi já nem lembro bem quando. é como se, agora, eu tivesse esquecido na cozinha uma daquelas suas latas com as cocadas.

tempo. sempre ele.
na sua dança, é ele quem leva.