quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

sobre "cisne negro"

um ator em cena deve ser. mais do que se é do lado de fora. é ser de um jeito que é especial, ao passo que é simples - tão simples como o ser fora de cena por vezes já não é mais.

o que eu tive de mais forte na experiência hoje à noite com "cisne negro" foi assistir de forma emocionalmente 'pornográfica' tamanha luta em buscar aquilo que não se pode alcançar porque não se é. e não se é?

tal luta é tão somente para se ser o que se pensa não ser.

nós somos muitos, somos um mundo! alguns elementos e processos já foram mapeados, racionalizados; mas outros não. experiências certamente virão! mas cada um tem seu tempo, tem um timing. "cisne negro" é, entre tantas coisas que poderiam ser ditas, sobre a profunda violação desse tempo particular de uma pessoa. e um dos filmes mais perturbadores que eu já prazerosamente sofri ao ver.