quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

sobre "cisne negro"

um ator em cena deve ser. mais do que se é do lado de fora. é ser de um jeito que é especial, ao passo que é simples - tão simples como o ser fora de cena por vezes já não é mais.

o que eu tive de mais forte na experiência hoje à noite com "cisne negro" foi assistir de forma emocionalmente 'pornográfica' tamanha luta em buscar aquilo que não se pode alcançar porque não se é. e não se é?

tal luta é tão somente para se ser o que se pensa não ser.

nós somos muitos, somos um mundo! alguns elementos e processos já foram mapeados, racionalizados; mas outros não. experiências certamente virão! mas cada um tem seu tempo, tem um timing. "cisne negro" é, entre tantas coisas que poderiam ser ditas, sobre a profunda violação desse tempo particular de uma pessoa. e um dos filmes mais perturbadores que eu já prazerosamente sofri ao ver.

4 comentários:

Felipe Leal disse...

Acredito que Cisne Negro é um processo. Não só um filme perturbador sobre um conflito psicológico, mas algo mais. Nina só poderia ter interpretado o Black Swan se tivesse acabado, mesmo que momentaneamente, com seu White Swan. Acredito que a ''morte'' de Lily/Nina, no camarim, foi um ato simbólico para a morte da inocência.

aquático disse...

concordo, felipe. claro, isso tudo no caso de nina, a pessoa nina, a subjetividade nina. outra pessoa encontraria seu cisne negro muito mais 'suave mente'.

Unknown disse...

Amei assistir este filme por dois motivos: primeiro, porque Aronofsky é meu diretor preferido e porque eu já esperava algo profundo e viceral; segundo, porque apesar das altas expectativas, o filme conseguiu me surpreender, me excitar, me comover... E o mesmo aconteceu com seu post... Amei o que vc escreveu, Gu... não sabia que você tinha um blog. Foi uma boa surpresa!!! Você escreve muito bem...

aquático disse...

epa! muito obrigado, eliude! =)